ARTIGOS DE OPINIÃO

Este blog foi criado para as postagens dos artigos, resenhas e redações dos alunos do 2º ano vespertino do Ensino Médio da EEEFM "Washington P. Meirelles". Os textos abaixo foram inspirados nas aulas de Literatura nas quais foram ministradas a Prosa no Romantismo Brasileiro.
Um abraço.
Márcia Helena - professora

domingo, 8 de agosto de 2010

Roda de leitura ao ar livre




Turma de escritores - 2ºV1 e professora Márica Helena

Decepção.

Autora: Tayná
2ºV1

Chamo-me Jane, tenho 18 anos e moro em uma pequena e calma cidade do interior de Minas Gerais.
Conheci o Mateus por um acaso no aniversário de uma amiga; Aproximamos-nos bastante e acabamos nos tornando namorados. Com ele eu realmente descobri o amor, eu gostava muito dele e achava que nada iria nos separar. Pedi que ele fosse a minha casa conhecer meus e ele foi; Mas para minha tristeza, meus pais não o aceitaram, me disseram que ele não era o cara certo pra mim e que ele só me faria sofrer.
Mas eu não aceitava a decisão de meus pais. Por causa dele briguei várias vezes com minha família; Eu o amava muito. Por ele fiz coisas que jamais tinha feito antes.
Recordo-me que uma vez aconteceria em minha cidade uma festa e meus pais me proibiram de ir porque sabiam que eu o encontraria. Revoltei-me e fugi de casa! Fui escondida pra festa e lá ele me fez uma proposta:
_ Vamos fugir, morar em outra cidade, longe de tudo e de todos?! Lá formaremos uma vida a dois e teremos nossa casa, topa?
Não pensei duas vezes antes de dizer que sim, pois quando a gente ama, a gente se dispõe a fazer de tudo pela pessoa amada, e tudo que eu mais queria naquele momento era ter paz ao lado dele. Voltei para casa e, sem que meus pais percebessem, coloquei algumas coisas em minha mochila...
No dia seguinte, escrevi uma carta aos meus pais, deixei-a na mesa do meu computador e saí normalmente como se eu fosse à escola. Na carta escrevi assim: "Mãe, pai, amo muito vocês, mas não tive outra escolha! Não se preocupem comigo, pois eu vou ficar bem; Estou indo embora com o Mateus porque vocês não me deram alternativa.
Eu não gostaria que fosse dessa forma, mas esse é o único jeito de eu ficar junto dele.
Beijos de sua filha que ama muito vocês, Jane."
Partiu-me o coração deixar aquela cidade na qual eu nasci e fui criada, e mesmo assim eu fui.
Passaram-se alguns meses e eu resolvi entrar em contato com minha família. Liguei pra minha mãe, conversei com ela, mas notei um comportamento estranho quando perguntei pelo meu irmão; Perguntei por ele novamente e ela me respondeu muito triste: "Seu irmão morreu há uma semana!"
Ao ouvir aquela notícia me desesperei; Imediatamente fui arrumar minhas coisas e disse ao meu marido que iria visitar meus pais. Ao chegar a minha cidade fui logo à minha casa, mas para minha tristeza, meu pai não aceitou que eu entrasse. E com enorme angústia, voltei pra minha casa na mesma hora, sem ao menos ver minha mãe...
... E para minha surpresa, quando cheguei em minha casa, um telefonema me avisa que eu estava desempregada. Alguns dias depois, descobri que meu marido me traía com a vizinha e mais tarde quando meu casamento estava por um fio, engravidei. Foi aí que meu marido arrumou um pretexto e pediu separação, disse que era novo e não queria responsabilidade com um filho naquele momento.
Separamos-nos, ele sumiu no mundo e me abandonou grávida e desempregada. Desesperada, procurei minha mãe que prometeu me ajudar em segredo, já que meu pai não me aceitava mais. Voltei para minha pequena cidade e fui morar de favor na casa de uma velha amiga de minha mãe.
Logo arrumei outro trabalho, mas não era o suficiente, pois adoeci e gastei muito com remédios; Foi tudo em vão, sofri um aborto espontâneo, o que me angustiou ainda mais. E depois de todas essas decepções, tantas mágoas, entrei em depressão e me isolei da sociedade; Ainda hoje, sofro pelo meu ex-marido, pois eu ainda o amo muito e sinto ser difícil esquecê-lo.

A Morte Não Espera

Autora: Aline dos Santos Cândido
2º V01


Luiza é uma moça muito bonita e alegre que gosta muito de curtir a vida. Ela namora Fernando, um rapaz muito legal e educado.
Eles já namoravam há alguns meses e se conheceram numa festa de uma amiga.Luiza ama demais seu namorado. Porque além de ser bonito é um rapaz de bom caráter, que a família ama demais. Luiza e Fernando estão pensando em se casar, mas eles ainda não tem condições. Eles então decidiram esperar as coisas melhorarem.
Numa dessas festas de finais de semana que eles sempre iam, Fernando sentiu uma forte dor de cabeça e desmaiou e rapidamente foi levado para o hospital. Luiza ficou desesperada e não sabia o que realmente tinha acontecido com o seu amado. Depois de alguns minutos, o médico deu a notícia de que Fernando tinha uma grave doença e que ele tinha poucos dias de vida. Luiza ficou paralisada com o diagnóstico dado. Passado alguns dias, Fernando infelizmente faleceu antes de realizar o sonho de se casarem. Ela que já não tinha nenhuma força diante das condições que se encontrava, não se conformou com a morte dre seu grande amor.
Luiza mudou-se para o interior com sua família em busca da felicidade que talvez nunca encontraria e sim a dor de ter perdido seu único e verdadeiro amor.

Lágrimas de Dor

Autora: Sabrina Santos Cândido
2ºV1

Clarice, uma mulher alegre e cheia de via, era louca para encontrar um grande amor, mas nunca esse grande amor vinha até ela.
Um dia, passeando no parque, viu uma pessoa que lhe chamou muito a atenção e despertou uma admiração. Na noite do dia seguinte, em uma festa, a mesma pessoa chegou para ela e disse:
_ Eu vi você ontem passeando no parque. Meu nome é Eduardo e o seu?
_ O meu nome é Clarice.
Clarice não sabia, mas esse seria seu amor e também a causa de sua maior dor. Ela e Eduardo começaram a namorar e para eles, esse era o maior amor que eles já tinham vivido.
Os dois namoraram durante dois anos e tudo ia muito bem, que até marcaram a data do casamento na festa de noivado.
Chegou o dia do casamento de Clarice e Eduardo. Ela estava vestida de noiva e já ia para a igreja, quando recebeu a notícia que acabaria com a sua felicidade.
Eduardo tinha problema de coração e nunca contou a verdade para Clarice. Ele enfartou aos 40 anos, por estar tão feliz ao se casar com a mulher de sua vida. Ela correu para o hospital, mas era tarde demais. Eduardo já havia morrido e Clarice não teve a oportunidade de dizer pela última vez que o amava.
Depois dessa terrível dor, Clarice chorou vários dias e noites por perder seu primeiro e último amor. Aos 30 anos, ela entrou em depressão e chegou ao ponto de não sair mais de casa.

A Dor Insuperável

Autora: Dieli de Souza Brandão
2º V1


Eu não a conhecia, mas um sentimento de compaixão me cobriu e me fez estremecer naquele mo-mento. E sem saber o que realmente aconteceu, fiquei ali, ao seu lado, fitando seu rosto sereno como se lembrando de um tempo passado em que a felicidade reinava.
Que destino o meu. De uma manhã tranqüila a um final trágico...
Tudo começou quando eu estava na varanda, depois de tomar o meu café, comendo os últimos bis-coitos do pacote e olhando para a estrada de chão que passa em frente a minha casa, quase sem movi-mento, só na calmaria do vento além da estrada a balançar a plantação de trigo.
Quando, de repente, um vulto apareceu na estrada em pequenos passos, como que não se encai-xando com a paisagem.
À primeira vista me assustei ao ver uma senhora com os cabelos bastante despenteados, descalça, vagando pela estradinha deserta. Pensei que fosse uma louca. Mas ao olhar com mais calma, notei que vestia um camisolão branco e logo associei que tinha saído de algum hospital e precisava de ajuda.
Deixei tudo para trás e sem desviar o olhar da estranha senhora, fui seguindo-a em seu caminho apa-rentemente sem rumo. Quando pude me aproximar, ela parou na estrada onde se dividia em uma bifurca-ção e como se soubesse que eu a estava seguindo se virou para mim e perguntou:
_ Qual dessas estradas dá no depósito Grã-Chico?
Andando poucos metros, debaixo de um sol escaldante, não me preocupei em responder, mas a se-gurei pelo braço e a puxei para debaixo de uma mangueira pequena que fazia sombra na estrada e disse:
_ Quem é a senhora? Por que está andando por aqui deste jeito?
Ela levantou seu olhar perdido, lentamente, para mim como se estivesse sem pressa e vontade de responder e perguntou novamente:
_ Qual dessas estradas dá no depósito? Eu preciso ir lá, não posso perder tempo! É hoje que Pedri-nho vai lá, eu preciso vê-lo!
¬_ Que Pedrinho, senhora? Ninguém pode estar lá no depósito, está abandonado. Há anos ninguém vai lá.
Isso até me lembrou que em uma época crianças iam até lá brincar, mas seus pais achavam perigoso e começaram a inventar que o depósito era assombrado. E a história se espalhou e devo admitir que tive um certo receio, na época, de entrar no depósito. Nenhuma criança mais colocou o pé lá.
_ Eu sei que está abandonado e que ninguém vai lá, por isso meu pequeno Pedrinho vai para lá! Eu estou morrendo de saudades dele! Preciso vê-lo.
Como que em desespero, olhou para o céu e disse:
_ Oh, meu Deus! Me dê forças para chegar até lá, para ver o olhar de meu pequeno Pedrinho pela úl-tima vez!
Não entendendo o que se passava com ela e com o tal Pedrinho, minha curiosidade apontou o cami-nho da esquerda que dava no velho depósito que por muito tempo fora chamado pelo nome de seu dono: Grã-Chico Salva – dono da maioria das terras daqui e por conta da grande quantidade de suas colheitas, que a cada ano aumentava, abandonou o pequeno depósito e construiu outros maiores perto de sua grande fazenda.
A mulher retomou sua caminhada que fazia suas frágeis pernas tremerem quando seus pés descal-ços e empoeirados tocavam o chão. Fui atrás dizendo que não poderia haver ninguém lá, mas ela não me escutava. Não vi outra saída a não ser ajudá-la a chegar no depósito. Coloquei o seu braço em volta do meu pescoço e quando a segurei pela cintura para apoiá-la, minha mão segurou o que parecia ser um cura-tivo. Ao tocar o ferimento, a senhora sussurrou um “ui” doloroso e baixinho.
_ A senhora está machucada! Então veio de um hospital?
Para confirmar minhas suspeitas, ela falou:
_ Eu tive que sair de lá, eles falavam que eu não podia sair para ver ninguém, que meu corte foi pro-fundo e que estava muito mal, mas...
_ Mas o quê? _ Perguntei-lhe, já me encontrando no meio de uma história confusa e misteriosa.
_ Eu preciso ver meu filhinho, meu pequeno Pedrinho. Sei que não vou viver muito, por causa da grande dor que sinto, por conta do meu ferimento, mas preciso que ele saiba que eu o perdôo por tudo o que fez...
Nesse momento, parecia que seu olhar se perdia em alguma lembrança.
Já estávamos chegando ao depósito, quando meus olhos se arregalaram ao ver uma Van parada em frente ao Grã-Chico. Surpreendi-me ao saber que havia realmente alguém lá. Parei em frente a Van e fiquei olhando o seu interior. Enquanto isso, a senhora foi entrando no depósito. Rápida, sumiu escuridão adentro.
Depois escutei vozes dentro do depósito e fui entrando devagar por um corredor escuro que dava em uma área maior, um pouco mais clara do que a primeira. Ainda sem ver ninguém, escutei:
_ Mãe! O que faz aqui!?
_ Filho, eu saí do hospital! Eu fugi de lá pra te ver!
_ A essa altura, já era pra você estar morta! Como não morreu?
_ Eu não podia morrer antes de te perdoar, meu filho! Quando você soube que eu tinha descoberto o que você faz, logo pensou “minha mãe vai espalhar”. Mas não, meu amor, eu compreendo que você não quer de verdade matar ninguém, só faz isso para ganhar o seu dinheiro.
_ Velha idiota!!
Eu não podia acreditar nas palavras da senhora, quando cheguei a uma área maior, me escondendo e me agachando por trás de grandes caixotes, meu sangue gelou ao ver uma moça ensangüentada no chão com os olhos arregalados e mais atrás um homem magro, moreno, mas com uma aparência sombria e segurando firme uma arma e parecendo muito zangado com a pobre senhora a sua frente. Ela abriu os braços e, quando ia se aproximando de seu filho, disse:
_ Eu te perdôo, Pedrinho!
Ele apontou a arma para ela e gritou apertando o gatilho:
_ Você não me entende!
A senhora, após receber vários tiros, caiu sobre alguns móveis antigos ali abandonados.
_ Você nunca entendeu que eu faço isso porque eu quero! Eu ganho muito dinheiro e me divirto aca-bando com vida desses coitados!
Ao ver aquilo, senti medo de ficar ali. Estava suando muito e sentia um grande pesar no coração. Lá-grimas rolavam no meu rosto como seu eu sentisse a dor daquela mãe. Não queria mais assistir àquilo... Mas o homem continuou:
_ Você acha que quando eu te apunhalei foi porque não espalhasse nada? Ora, você é um peso na minha vida, você só me atrapalhava, não preciso de você! Precisava te dar um fim... Mas a bendita não morreu! E agora, você e essa coitada aí no chão vão ficar pros vermes! E eu vou receber o meu dinheiro, porque já cumpri meu mandado. Adeus, ma-mãe...
O homem saiu do depósito. Eu estava em estado de choque, só levantei quando ouvi a Van dar a partida e fui em direção à senhora, estendida no chão, que estava iluminada por uma pequena abertura da cortina, deixando passar um facho de luz no depósito escuro.
Eu me abaixei perto dela e não contive o choro, um choro incontrolável, por sentir uma dor de ver um filho matar a própria mãe. Não entendia.
Uma pequena e solitária lágrima correu pelo sereno rosto da senhora que sussurrou:
_ Eu te perdôo, Pedrinho! Eu te perdôo...